Nossa, que combinação...

Chuva e sol ao mesmo tempo, cigarras cantando, calor de quase 40°C, cheiro de terra molhada. A grama vai crescer como louca...   :(

Don't make me feel envy...

Presentinho de Natal... dica de filme


A produção francesa de 2006 de Julie Gavras, filha do cineasta grego Costa-Gavras, a princípio me deixou desconfiada. Afinal, que tipo de filme seria esse intitulado 'A Culpa é do Fidel?' 

Adoro ser surpreendida...  Acredito que a ideia tenha sido exatamente essa; iniciar com a impressão errada e ir aos poucos, removendo de nosso olhar 'a venda' do desconhecimento, da ignorância, do preconceito. A protagonista de 9 anos nos conduz sutilmente ao esclarecimento e reflexão sobre questões humanas meritórias: valores, família, crenças; nos mostrando que a vida não é uma história infantil e que temos que aprender a crescer.

Mais um 'antiguinho' que vale à pena ser visto.

Sei que parece maluquice...

Mas alguém já notou que uma ameixa parece uma cereja grande? Ou que o som do fagote fica ainda mais lindo com o som do piano?

'Perdas e Ganhos ou Ganhos e Perdas?'

Minha amiga manteve seu carro ‘antiguinho’ por anos. Por ‘n’ razões, mas principalmente por razões financeira$. Sempre houve outras prioridades e ela ia levando, pois gostava do carro e eles tinham um histórico. Porém, após um verão chuvoso, com estradas fechadas e dificuldades mecânicas, decidiu. Aquele ano era teria que trocá-lo. Os meses passaram e finalmente ela comprou um carro novo, da cor que queria, cheiroso, brilhante, simples - mas novo -,  que cabia no seu orçamento e que se adequava às suas necessidades, que não eram muitas. No dia que foi efetuar a troca sentiu-se com o coração partido. Ninguém entendia a razão dela sentir-se assim (nem ela mesma), mas parecia que estava ‘traindo’ o carro antigo, que mesmo nos piores momentos, jamais a ‘deixara na mão’. Passava frente à revenda e o via lá, como se mostrando-se a ela. Até que um dia ele se foi. Sentiu uma dorzinha no peito. O carro novo ainda lhe era estranho, e lhe dava ares de incompetência ao dirigí-lo.

Algumas semanas depois, ao parar em uma sinaleira, olhou para o lado e viu alguém dirigindo ‘seu’ carro. Era ele... Com a placa que ela não esquecera e com sua nova dona. Carro de mulher para mulher. Ao menos seria bem cuidado. Dirigiu ainda por algumas quadras lembrando do companheiro de quase uma década. Até hoje não sabe a placa do carro novo, mas ainda lembra da do velho.

O tempo passou e outras necessidades surgiram. Dessa vez, de um computador novo. O PC ‘antiguinho’ de casa precisava ser substituído. Ocupava muito espaço, estava lento, preguiçoso, cansado; contudo, também mantinha o seu histórico, também passara anos com ela, também fora seu parceiro... Guardara em sua memória imagens, palavras, canções, compromissos. Postergou até quando pôde. Nossa, mais uma mudança -  seria demais... Olhava na Internet quase todo o dia os preços, modelos, características. Até que finalmente escolheu, comprou e chegou. Ficou ‘contentinha’, mas o deixou na caixa, fechado, por dias. Afinal, até o técnico vir e transferir os dados, ainda levaria algum tempo.

Finalmente, num sábado ensolarado e quente (calor horroroso!), passou o dia envolvida; copiando, deletando, ajustando, resgatando. O computador novo era brilhante, compacto, rápido, mas parecia novamente que desaprendera como utilizá-lo. As cores eram diferentes, a conexão era diversa, e o pior, perdera registros, perdera o histórico. Sentiu-se completamente 'extraviada'. Onde estavam as datas das conversas, onde estavam os ‘chats’????? Buscou por horas, abriu pastas, fechou, pesquisou. Eles haviam se ido. Sensação de vazio, de falta.

Como que algo que se supõe ser bom, se torna de repente menos bom? Por que esse ‘feeling’ de subtração, de abrir mão, de se foi? Talvez pelo fato do carro novo não lhe levar aos mesmos lugares do passado, com as mesmas pessoas daqueles tempos, ou do computador não poder mais lhe restituir dias e noites em um calendário, palavras, emoções, surpresas (boas ou más).

Percebeu o quanto precisava ainda compreender a ausência, não a substituição do 'velho’ pelo novo, da não perenidade material dos objetos e das pessoas, da passagem (breve) de tudo na vida e da necessidade inquestionável que tudo, indiscutivelmente, tem começo, meio e fim.

Fala de um filme francês

' Me ofereceram algo que era dela. Não quis abusar. Quis algo simples. Também, o que eu faria com algo sofisticado?'

'Husbands & Wives' ou ' Maridos e Esposas'

É um filme de 1992, ou seja, de 18 anos atrás, mas cujas falas permanecem contemporâneas e cujo enredo talvez já seja resultado do momento ‘inusitado’ do casamento do próprio diretor (Woody Allen) e sua esposa na época (Mia Farrow).
Lembro que quando o assisti, há muitos atrás, ele não me ‘tocou’. Fora o estilo característico de Allen, seus monólogos, sua aparição, suas palavras profundas e inteligentes que ‘forçam’ o  ‘moviegoer’  a acompanhar, a não se dispersar, a identificação com o filme é algo decisivo. Ou seja, não me ‘tocou’ porque não passara por nenhuma daquelas experiências.

Hoje, praticamente 20 anos depois, vejo o filme ‘com outros olhos’. Ele se locupletou (como eu ao assistí-lo), num fim de tarde com chuva, vento e um friozinho para ‘enganar’ nesta época do ano.

Porém, ‘aviso aos navegantes’, se tu não gostares, nem vale à pena experimentar. Haverá casais amigos, separações, paixões, NY City, questionamentos infindáveis. Agora, se já aprecias, vais simplesmente  admirar ainda mais.


Estar juntos...

Na minha extrema dificuldade de ‘estar’ com as pessoas real e pessoalmente, me encontro com amigos. De outros momentos. E descubro que é muito bom, embora estejamos seguindo caminhos completamente diferentes. Em tese - pois falamos exatamente a mesma língua, e indiretamente trilhamos a mesma estrada e buscamos o mesmo.
Muitas vezes deparo-me com aqueles que seguiram comigo por muitos anos. Nossas experiências não são mais as mesmas e reflito o quão difícil é admitir que não há certezas ou irregularidades. Apenas nos distanciamos em nosso trajeto, ou nossas rotas temporariamente se modificaram.
Necessito admitir que a amizade não se perdeu, mas se transformou. Quem estava longe se aproxima e quem estava próximo se distancia. Não há dor ou drama. Apenas abstraímos que as relações são feitas de cuidado, respeito, atenção, água para ‘molhar’, silêncio para escutar , calma para calar, e que elas se fortalecem na paciência, entendimento, maturidade. E  o‘estar juntos’, proporciona um prazer temporário e eterno, formado por afeto e compreensão. A ‘busca’ dignifica, realça, une; ao passo que o complicado cria barreiras, utiliza as palavras desnecessárias e inadequadas, conduzindo a lugar nenhum.
Divagações da madrugada, na hora em que os sábios se reúnem e lecionam, apenas a nos ensinar que somente permanecemos juntos quando possuímos as mesmas intenções.

                                                            Estar juntos por uma amiga

Aquisição linguística ou simplesmente al-fa-be-ti-za-ção

Minha amiga voltou há 40 anos atrás. Reviu a mesma professora com seus olhos azuis (talvez fosse por isso que ela fosse fascinada por pessoas com olhos dessa cor), reviu os cartazes com as vogais e os desenhos associados a eles. Sentiu até o mesmo ‘medinho’ infantil  - que não conseguiria jamais entender aquelas letras, com aqueles sons sem sentido (afinal ela só tinha 5 anos) - e, consequentemente, juntá-los e descobrir o mundo, viajar sem fronteiras. A partir daquele momento ela ultrapassaria apenas a primeira barreira. Por fim, até hoje ela mantém um diploma de 1° lugar na turma, o que ela não recorda muito bem nem como conseguiu, pois apenas lembra de estar sentada no meio de outras crianças, parecendo ser a mais citada, ou sei lá, talvez a ‘especial’, com seu cabelo cuidadosamente penteado e seu vestido de lã azul e uma blusinha branca por debaixo, além daquela vontade imensa de sair correndo dali e brincar lá fora (talvez advenha dali sua incapacidade de ir ao cinema).

Pois bem, fora a vontade de ‘sair correndo’, desesperada, ela teve a mesma sensação de descoberta, quando conseguiu, pela primeira vez, juntar as letras daquele alfabeto estranho e formar palavras. Nossa! Seus olhos brilharam... Dentre as várias coisas que já tentara fazer, ela decidida e categoricamente entendera que não era uma pessoa com dons musicais (embora adore música e tenha uma boa voz), nem esportivos (um pavor na escola), nem manuais (embora tivesse arduamente tentado aprender a lidar com agulhas de todas as formas, tamanhos e objetivos). Ela é uma pessoa que gosta de estudar, ler, que gosta de fazer tema, de disciplina, que gosta do que os outros consideram ‘chato’.

Perguntou-se qual o sentido daquilo naquela altura da vida, além dos tradicionais ‘quando, como, onde, quanto, por quê’? Por que ter que criar dificuldade em algo consolidado (ou seria apenas mais um desafio?), e que a princípio não lhe traria nenhum benefício (aparente)? Refletiu, avaliou, concluiu. Mas até chegar a esse ponto, precisou dirigir por horas na estrada e digerir o que tudo aquilo significava.

Pensou no ‘seu’ momento de vida – que não era o de mais ninguém, pois todos possuem os ‘seus’ momentos de vida, e ninguém vive o do outro. Pensou no prazer do desvelar, na geografia e na história; pensou na satisfação pueril de identificar os símbolos, de desenhá-los, de pronunciá-los.

Cada um, no seu processo de aquisição ou de (re)alfabetização, irá se deparar, após algum tempo, com ‘seus’ fantasmas no armário. E cada um irá procurar, a seu modo, enfrentar esses fantasmas como melhor imagina (ou como imagina melhor). Uns aprendem uma nova língua, outros aprendem a tocar um instrumento, outros buscam livros, ciências, religiões; uns buscam a pintura, outros, a dança.Uns buscam através de si, outros por meio de outros. Alguns ainda não buscam.

Isso importa? De jeito nenhum. Afinal, a aquisição é improrrogável. E, por mais que queiramos procrastiná-la, ela impreterivelmente virá a nós, de forma suave, para preencher as lacunas que se encontram sem respostas.






'O que vimos?'

Vi o azul que me revigora...


Meu amigo viu o cinza que vem à frente...

 Minha amiga viu o branco em movimento e leveza...

 E meu amigo viu o azul no meio do alimento.













Como hoje estou mais folgadinha, rsrs...

Encontrei no website do 'NY Times' uma série destinada aos meus amigos e amigas que são artistas. Até eu, que não sei desenhar uma linha, adorei os artigos, apresentados pelo artista e escritor James McMullan. Ele não nos 'expõe' os assuntos, ele os 'conta', com naturalidade. Assim, linhas, perspectiva, proporção, estrutura, tornam-se tópicos relativamente simples, mesclados às imagens e vídeos, além da criatividade lingüística. Quem diria que o título 'The Three Amigos' se refere à natureza morta? Eu não... 

Quem achar interessante, é  só entrar no website do jornal e no 'search' inserir 'Line by Line' series. Boa leitura!

'Belonging' - 'The Secret Garden' - Presente de fim-de-semana para quem conhece o significado de fazer parte de algo ou alguém

Fotos de amiga + Mário Quintana = Coisas que fazem a gente sorrir...

                                                                      

Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde!... E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!
Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons... acerta... desacerta...
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas quotidianas...
Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço...
Pra que pensar? Também sou da paisagem...
Vago, solúvel no ar, fico sonhando...
E me transmuto... iriso-me... estremeço...
Nos leves dedos que me vão pintando!

Mario Quintana - A Rua dos Cataventos
                                        

Fui, Gostei e Indico

Quem me conhece já sabe ( inclusive já escrevi sobre isso ), adoro filmes, mas não gosto de ir ao cinema. Quem me conhece sabe também que costumo quebrar paradigmas em conjuntos, nunca em unidades. Eles estão lá, represados por anos, solidificados, cristalizados, praticamente fadados à eternidade, quando, de repente... crash, crash, crash... Vão os três ao mesmo tempo. Que dizer?

Há alguns meses atrás escrevi sobre o lançamento de 'You'll Meet a Tall Dark Stranger' nos EU. O filme chegou aqui em outubro e fiquei com vontade de assistí-lo. Hoje fui vê-lo. Valeu o filme, valeu a ida, o cinema estava lotado no meio do feriado e o público que compareceu era digno de Woody Allen, que surpreendeu ao mudar o cenário tradicional de NY para Londres. Não poderia ser diferente. Humor inteligente, cenas rápidas, excelente elenco.Vale à pena.

‘Goya’s Ghosts’ ou ‘ Sombras de Goya’

É mais um filme ‘antiguinho’, que fiquei contente em rever e recomendo. Foi lançado no Brasil em 2007 e traz  Javier Bardem(o bonitão do novíssimo 'Comer, Amar...'), a bela Natalie Portman e Stellan Skarsgârd como protagonistas, dirigidos por Milos Forman.  Como sempre, é indicado aos apreciadores de história, com um enredo que trata do período entre 1790 e 1810 na Espanha.    Palavras-chave: inquisição, musa, pintor. A combinação desses três deu forma e teor ao filme. Faz refletir sobre os ‘ups’ e ‘downs’ da vida, sobre o girar da roda...


'Troca de Estação'

A janela do mezanino bateu com força, como fazia todo outubro e novembro, com o vento que vinha empoeirado, do leste, no fim da tarde. O som  do vento carregava memórias de anos; do cachorro fiel que ouvira segredos, do grito estridente do gavião que ela ouvia nos domingos à tarde, trazendo presságios; do fim do dia  tendo consigo alegrias,  surpresas e mistério.

Era hora de trocar as roupas de lugar; de guardar as de inverno e separar as de verão. Mais uma vez ela teria que se confrontar com as lembranças, as cores e  dissabores
de uma estação que se fora e que ela não gostaria de recordar.

Deixou as sacolas atiradas no chão do quarto por semanas, na esperança que o frio não se fosse e que não precisasse arrumar o guarda-roupas. Impossível. Iniciou aos poucos, classificando as roupas sobre a cama, lembrando de lugares, momentos,  palavras.

O tempo corria, implacável. Descascava a tinta da janela, levava embora pessoas, marcando-as por dentro e por fora. Tirava produtos da prateleira do mercado, fechava lojas.

O verão se aproximava. A partir de agora teria que ser mais atenta com as flores nos vasos e com a água na banheira dos pássaros. Os dias infindáveis se aproximavam, obrigando-a a levantar mais cedo e a vestir  a ‘face de verão’.

O que essa nova estação lhe reservaria? 


Simplesmente aguardaria, mais uma vez, a passagem,  a transformação e os dias escaldantes, já que essa não era uma alternativa de múltipla escolha.

'Another autumn tree' - um amigo me enviou

                                                                      Thank you, so much!

'A propósito...'

Estão chegando amigos de viagem. Estamos aguardando as fotos ansiosamente... Boa semana a todos!

'Uma Amiga Nova Chegou ao Blog...'

Ela é inteligente, bonita, elegante e está chegando para nos contar também as histórias dela, dos amigos, dos amigos de amigos, o que vê, o que sente...Bem-vinda, Rosalva!

1 + 1 = 2 <#¾±√ ou simplesmente ‘Emotional Arithmetic’


Dando prosseguimento aos filmes mais ‘antiguinhos’, assistidos várias vezes e que não pertencem ao circuito dos ‘blockbusters’, ‘Emotional Artithmetic’ ou ‘Aritmética do Amor’, conta a história de três pessoas que estabeleceram um vínculo em um ‘campo de passagem’ na França durante a 2ª Guerra Mundial e que se encontram 35 anos depois.

O filme foi lançado há dois anos atrás, é dirigido por Paolo Barzman, e traz o ‘bonitão’ Gabriel  Byrne , Susan Sarandon , Christopher Plummer e Max Von Sydon como protagonistas.

Na segunda vez que o assisti, resgatei o que perdera na primeira vez: a profundidade da cena inicial, o ‘feeling’ de amores idos e que se reencontram após tanto tempo (e quem ainda não passou por isso?), a sensação de guardarmos algo por tanto tempo e de repente aquilo se dissipar em poucos minutos...

Quem ainda não viu, recomendo que o faça. E quem já, assista-o de novo...







'Uma amiga Me Enviou ' - 'E A Feira do Livro de POA está aí novamente ... (por Rosalva Rocha – 07/11/2010)



Nada melhor
Mais inspirador
Mais encantador
Para quem gosta das palavras
Com suas facetas diversas
Lançadas sob todas as formas
Numa profusão de cores
Nas pequenas e grandes bancas
Onde se encontra de tudo
E com tudo a gente se encanta

Com esta Feira, algumas alegrias me tem sido ofertadas através do lançamento de livros escritos por amigas que me enchem de orgulho. Todos, até aqui, dignos de serem recomendados, especialmente pela beleza da sua concepção.

- SANTA SEDE – Crônicas de Botequim, tendo com uma das autoras CARMEM MACEDO.
Pré-lançamento realizado no último dia 26/10, no Boteco Matita Perê, justamente o local onde o livro foi idealizado e trabalhado pelo Grupo, organizado por Rubem Penz.
Lançamento na Feira: 08/11 – 18h30min

- MERIDIANO 51 – Crônicas do Cotidiano Digital, de LONISE GERSTNER
Lançamento na Feira: 04/11/2010 às 18h30min.
Lonise, no seu envolvimento constante com as questões sociais lança este livro, após o lançamento de PARALELO 30. Um livro corajoso e digno de uma leitura com muito carinho.

- MANIA DE GAVETAS de  JACIRA FAGUNDES
Lançamento na Feira: 04/11/2010 às 19h00min
A concepção não poderia ter sido mais criativa. Juntamente com o lançamento uma exposição de artes postais, onde adolescentes criaram em cima de um conjunto de gavetas distribuído em desenho pela autora, as suas mais variadas formas de enxergar as gavetas.

- BRUXALISA & LAGARTIXA de JACIRA FAGUNDES
Lançamento na Feira: 11/11/2010 – 17h00m
Lançamento na Feira do Livro de Osório: 04/12/2010 às 19h00min
Este também é um livro com uma concepção diferenciada, já que é ilustrado por meninos que venceram um Concurso promovido pela autora para a ilustração do mesmo.

E, para finalizar, abaixo dois trabalhos dos quais faço parte neste ano:

- POESIA NA PRAÇA – XXI Antologia Poética Patrulhense
Conta com a participação de vários autores patrulhenses. Um trabalho que foi iniciado e vem sendo trabalhado a cada ano com mais afinco pelas organizadoras Vera Lucia Barroso e Ana Clara Maciel.
Lançamento na Feira: 06/11/2010 às 15h30min

- II ANTOLOGIA DA AELN (Academia de Escritores do Litoral Norte)
Lançamento na Feira do Livro de Osório: 01/11/2010 às 19h00min

Aos queridos amigos e companheiros de jornada o meu carinho especial, esperando que as palavras não se percam jamais ...

Li um texto...

Tão interessante no site www.tribodomouse.com.br, que até fiquei com vontade de aprender a jogar gamão... Aliás, não conheço ninguém que jogue. Evidente, o texto se chama 'Gamão' e encontra-se na seção Melhores Textos do site.

'Na Busca'

Nos perguntamos o que já fomos na busca por nós mesmos. Camponeses nas montanhas frente ao mar, ciganos dançando ao redor de fogueiras, índios de pele vermelha honrando a natureza, fugitivos correndo meio aos campos, escravos cruzando desertos...

A sensação de ‘déjà vu’ permeia aqueles momentos inusitados, com imagens rápidas, com saudade de um lugar em que nunca estivemos mas ‘temos’ que ir - ao ouvirmos uma música que toca lá... no fundo de nós, e que às vezes até provoca dor.

Acompanhando isso, vêm as pessoas que cruzam nosso caminho, preenchendo as lacunas daquela ocasião. E, nessa busca, como é duro perceber que nosso ‘timing’ com elas depende exclusivamente da qualidade da relação. Às vezes, uma noite apenas carrega consigo mais que vinte anos, determinando uma vida. Além, é claro, de constatarmos que esse ‘timing’ é completamente adequado a todas as etapas de nossa vida, do ‘estarmos prontos’ para aquele trabalho, para aquela amiga, para aquela doença, descoberta, ou para aquele homem.

Aí entram outros aspectos. O que adquiri com aquele emprego, com aquela amizade, com aquele amor? Quem eu sou agora que não era antes?

Na busca de mim mesma cada vez mais comprovo que tenho feito a coisa certa ao não guardar a ‘lingerie’ para uma ocasião especial, ou comer o salmão na 3ª feira para o almoço, ou simplesmente aprender uma língua nova a esta altura da vida.

Na minha busca, sei que não terei mais a mínima chance de esbarrar por acaso com algumas pessoas (que me precederam), na loja  ‘fashion’ de decorações, na livraria do ‘shopping’, na rua escondida por jacarandás. Mas também sei, que ao longo do meu caminho, cruzei com as pessoas certas, nos lugares mais diversos, possíveis ou praticamente impossíveis. Todas me ‘imprimiram’. Outras mais, outras menos. Contudo, algumas em especial, e sabe-se lá por qual razão, me conduziram à profundidade da minha busca, me proporcionando momentos de adesão, de semelhança, de plenitude, de unidade e de um amor ilimitado.







Pérola de um amigo

'Bem vinda à realidade então. A vida é assim mesmo. A maior parte de nossa jornada se dá no dia-a-dia e 'Natais' são pouquíssimos ao longo do ano.'

‘Um amigo me ensinou a não dirigir na contramão’


 
Não que eu dirigisse sempre, mas havia um local, específico, em que eu sempre o fazia, para simplesmente ‘ poupar’ tempo. Um dia ele me perguntou o porquê de eu fazer aquilo. Aí expliquei, justifiquei, me isentei... Já era tarde.

Ele fez o retorno comigo e me mostrou que eu não economizava tempo nenhum, que a distância era curta, que o caminho era seguro, que não faria nenhuma diferença. Me perguntou, me explicou, me corrigiu, me ensinou.

Depois daquilo não consegui mais subir aquela rua na contramão. Lembrei dos ‘atalhos’ da minha vida, que por diversas vezes me atrasaram, tornando o caminho mais difícil. Quantas vezes imaginei uma coisa e ela era outra completamente diferente. O ponto de chegada continua lá, à frente, aguardando para ser alcançado, e nos perdemos nas curvas, nos desvios, muitas vezes ‘desencaminhados’ pela inexperiência, ansiedade, orgulho, carência, pressa.

Meu amigo me ensinou e nem soube o quanto. Não que ele fosse um exímio motorista. Não era. Muito pelo contrário... Porém, me revelou como apreciar o simples, a ser surpreendida, a ser‘paciente’. Me ensinou a aprender; a dar sem esperar receber, a querer ascender, e, sobretudo, me mostrou que mesmo a transgressão carrega consigo conhecimentos que jamais seriam obtidos se fossem simplesmente consentidos, sendo às vezes apenas inevitável.


'The Visitor'


O que faz duas pessoas cruzarem as estradas de suas vidas, provenientes de duas origens completamente diferentes? Pessoas cujas culturas, língua, crenças, hábitos e histórias se desassemelham por inteiro?

Como descrer que todos seguimos um plano meticulosamente calculado, que nos conduzirá a encontros desencontrados, independente de nossas tão propagadas ‘escolhas’, e que nos depararemos algum dia com alguém que transformará nossa existência, nos tornará ‘melhores’, trazendo um sentimento real de existência, de partilha, de unidade, almejando fazermos o que teoricamente ‘não precisamos’?

Talvez o vazio, a lacuna, a melancolia, a ‘mesmice’, a necessidade de fazer o ‘divergente’, o quebrar  padrões, correr riscos, tentar o novo, o desafiar, sejam respostas a esses questionamentos.

Por fim, voltamos às origens, por vezes sem querer fazê-lo, mas com forma e teor modificados.

Todos possuímos ‘visitantes’ em nossas vidas, por dias ou anos.

 ‘The Visitor’ (2007),  dirigido por Thomas McCarthy chegou ao Brasil somente ano passado, trazendo Richard Jenkins (Walter Vale) como protagonista  e contando a história de um homem entendiado com sua vida, que desconhecia seus talentos como ser humano. Suas aquisições no decorrer do filme nos levam a reflexões diversas.



Uma Amiga me Enviou ...

uma passagem de ' Comer, Rezar, Amar' de Elizabeth Gilbert.

Acredito que o livro sempre crie o 'nosso' universo de imagens, sons, aromas, lugares; ao contrário do filme, que nos oferece praticamente tudo pronto. Ou seja, o processo de elaboração e de abstração, ocorre de forma diferente. Porém, como não li o livro nem assisti ao filme, reproduzo aqui um parágrafo instigador.

" Se você tem a coragem de deixar para trás tudo o que lhe é familiar e confortável (pode ser qualquer coisa, desde a sua casa até os seus antigos ressentimentos) e embarcar em uma jornada em busca da verdade (para dentro ou para fora), e se você tem mesmo a vontade deconsiderar tudo o que acontece nessa jornada como uma pista, e se você aceitar cada um que encontre no caminho como professor, e se estiver preparada, acima de tudo, para encarar (e perdoar) algumas realidades bem difíceis sobre você mesma.... então a verdade não lhe será negada." 


Leio...

 ... uma entrevista com Jabor, falando de seu nono filme, de volta após 24 anos. O título é 'Suprema Felicidade', e, segundo ele, " tem muita coisa de amor – um assunto fundamental na literatura. Ele não tem um gênero só: tem comédia, tragédia, tem música, sexo, amor... É a história de um garoto que nasce no final da Segunda Guerra e vai até ele fazer 20 anos. São três atores que fazem o papel. É um filme de formação, a história de alguém se formando na vida, história da família. E do Rio de Janeiro, que viveu nessa época um momento muito rico com a bossa nova, a Copa do Mundo e o início de uma liberdade maior. O Rio de Janeiro, no final dos anos 50, começo dos anos 60, era um paraíso extraordinário, mas tinha as famílias de classe média ainda muito resistentes às mudanças. Então, existe uma dialética muito interessante entre a coisa da família deprimida e a alegria e a liberdade fora de casa. "

Embora na entrevista ele critique um dos meus poetas favoritos, ele cita também situações pessoais retratadas e percebidas por sua irmã ( uma frase dita e repetida por seu pai) , bem como por ele mesmo, ao levar um tapa de um menino, nos anos 50, sem razão e sem reação.

Concluo que todos nós, sem dúvida alguma, com nossas histórias, dilemas, dúvidas e tragédias, também poderíamos servir de roteiro para um filme. E que filme!!!

'Blind'

Ou o 'O Amor é Cego', é outro filme distinto, com produção búlgara, holandesa e belga, de 2007. Trata do 'amor cego', literalmente. Tem uma fotografia linda, leve, que se ajusta perfeitamente ao enredo que se desenrola no século 19.

Minha amiga amou um homem...

E não sabia que havia amado. Só soube depois que acabou, depois que se foi, depois.

Era um homem que ela jamais escolheria (conscientemente) para amar. Era atrapalhado nos horários, nas agendas, nos compromissos. Era friorento, alérgico a tudo ( e minha amiga a-do-ra inverno, frio, chuva, vento, umidade, céu escuro). Dirigia mal, era desatento. Saía ‘pingando’ pelo banheiro depois do banho, deixava roupas espalhadas pela casa e a deixava ‘falando’ sozinha no msn.

Mas... Ou os defeitos do outro se tornam atração ou se tornam insuportáveis. Minha amiga optou pela química; doida, inexplicável. Descobriu que gostava das diferenças, e que era exatamente isso que os conectava, ‘encaixava’, sintonizava, mantinha; além das lições malucas que trocavam, de línguas antigas ao funcionamento dos freios de um caminhão, ou a limpeza do filtro da máquina de lavar e a cor do esmalte para a estação, ou ainda o final imprevisível do episódio de ‘Law & Order’.

Conheciam-se bem. Até demais. Mesmo sem precisar dizê-lo. A relação era límpida, transparente. Ele sabia quando ela estava desagradada pois ela tamborilava os dedos nervosamente (sobre a mesa, sobre a cama, sobre o peito dele); ele fazia tudo devagar na hora de ir embora pra não ter que ir.

Ambos se presenteavam. Ela lhe proporcionava somente o melhor de sua casa e de si. Ele lhe retribuía com pequenas gentilezas; coloridas, doces, silenciosas, surpreendentes. Davam gargalhadas, dormiam pouco, beijavam-se muito.

Um dia ela ‘sentiu’ que ele iria embora. Ele também. Não sabiam como, nem a hora, nem o dia, só sabiam.

As últimas vezes foram veementes, estranhas.

Fizeram algo que nunca haviam feito. Seguraram as mãos com força, em silêncio, num infinito, e nada disseram. Mas pensaram.

Ele se foi. Pra sempre.

Ela entendeu que o amara, mas não o disse - ou talvez, apenas não tivera tempo para fazê-lo.

Happy Birthday!

Woody Allen

Para quem gosta de Woody Allen, há no NYTimes de hoje uma entrevista muito boa dele falando sobre fé, religião, o processo do envelhecimento (ele chegou aos 74 anos), e seu novo filme 'You Will Meet a Tall Dark Stranger', a ser lançado na próxima 4af. O filme tem Anthony Hopkins e Gemma Jones (dois britânicos que, ao meu ver, valem a ida ao cinema) e trata 'veladamente' de religiosidade e suas implicações.

'O Casamento de Rachel'

...ou 'Rachel getting Married' é outro dos filmes antigos e 'estranhos' que já assisti três ou quatro vezes. E, cada vez que o vejo, sempre há mais uma surpresa, ou uma palavra nova, ou uma passagem marcante.

É uma produção de dois anos atrás, 'diferente', com muita música, culturas diversificadas, um enredo prá lá de interessante. A 'Marcha Nupcial' é tocada em ritmo de rock, os votos dos noivos (ao estilo americano) são comovedores e...não poderia contar mais, porém, quando Sidney declara à Rachel da forma que ele sabe... Nossa, é de arrasar. Até o mais insensível dos mortais não tem como se segurar. Assistam e depois me contem.


O que faz bater teu coração?

Uma grande emoção ou uma desilusão?
A presença de amigos ou os tempos idos?
As marcas do amor ou do calor?
O sorriso no olhar ou o gargalhar?
Talvez fosse apenas o tropeçar,
Com o espelho nas mãos,
Ou o receio de ouvir um 'não'.
Talvez a promessa de nunca esquecer
Pra não precisar entristecer.

Meu dispositivo...

... identificou o fim do inverno e a troca de estação. Comecei a ficar com uma preguiça, um cansaço... Só em pensar em horário de verão já fico exausta.

'The Song of Sparrows'

Ou 'Canção dos Pardais', é uma produção iraniana de 2008 que recebeu premiações em Jacarta, Berlim, Chicago,Portland, dentre outras.

É uma história simples e comovente,que trata essencialmente do resgate de valores de Karim, um homem que trabalha em uma fazenda de criação de avestruzes.

Adorei a simbologia. Pra quem realmente gosta de filmes incomuns.





'A Hora'

Minha amiga temporizou até quando podia, até entender e conseqüentemente até aceitar.

Mas a hora chegou, ou era agora, ou era agora.

Afinal, pra tudo há um tempo. Vivemos num dia de 24 horas, em que há momentos para as refeições, para se dormir e acordar, para trabalhar, para se divertir. Normalmente não se come bergamotas no verão, ou melancia no inverno. Os passarinhos não nos ‘atropelam’ aos pares em junho, não celebramos a Páscoa em setembro, não aprendemos raiz quadrada antes das quatro operações.

Vem-se para este mundo e vai-se dele; num ciclo dinâmico, entre encontros e desencontros, inícios e términos, ‘departures’ e ‘arrivals’.

É difícil? Muito. E é até bom que não saibamos quando os fatos ocorrerão, pois não estaríamos preparados para lidar com eles - embora se suponha que sim, tanto as coisas boas quanto as ruins.

Aí, percebemos nossa fragilidade, impotência e descontrole. Podemos planejar, esquematizar, desejar, teimar. Mas se não for ‘a hora’, simplesmente não rola; seja o trabalho, a gravidez, o amor.

Evidentemente que procrastinamos, pois queremos do nosso jeito - e como dói quando não é. Mas até atingirmos aquele degrau em que se possui visão e maturidade, foram necessárias horas, anos e talvez até uma vida.

Um consolo? Por mais que tenhamos escalado os degraus, vejamos e sejamos teoricamente maduros, NUNCA estaremos totalmente prontos e aptos. As adversidades sempre nos pegarão desprevenidos, as variáveis assumirão valores diversos, jamais saberemos se aquela é, naquele instante, a melhor decisão e, apenas a sucessão dos fatos nos conduzirá à próxima etapa e à resposta – que muitas vezes não queremos escutar.

Uma fórmula? Interpor os períodos, abstraindo deles sua subjetividade, suas alegrias, sua perenidade.

Como se faz isso? Não sei... Só o tempo dirá.

'Você sabe quando deve parar?'

Artigo de Christian Barbosa, no site do CDL POA para se refletir ou simplesmente para parar... Afinal, sou worklover ou workaholic?

Um amigo me enviou esta foto. Pra quem é curioso, procure no Google Earth - Sylt


                                                                        Thanks, my friend!

Presente de Aniversário

Mais outro.

Lembro das festinhas infantis do passado, bem mais simples, com balões coloridos apenas, garrafinhas de refrigerante caçula, ‘palitinhos’, docinhos caseiros, velinhas cor-de-rosa, fotos, crianças correndo pela casa e... os presentes! Nossa, que alegria ao recebê-los e dispô-los sobre a cama. É... naquele tempo se costumava colocá-los lá. Era uma oportunidade de se ganhar mais presentes do que no Natal e eles contavam mais do que a festa. Ou seja, o ‘highlight’ do meu aniversário, ao menos (não conseguiria mentir) eram os presentes.

Os anos e os aniversários passam. O significado deles também, bem como os presentes.

Houve aniversários que aguardei, outros que simplesmente quis que o calendário ‘pulasse’. Contudo, o ‘grande’ dia está ali, tem que ser celebrado. E os presentes singelos do passado são aos poucos substituídos por presentes valiosíssimos, únicos: o sol nascendo de manhã, o primeiro ‘torpedo’ do dia ao acordar, o e-mail inesperado, a ligação atenciosa, o abraço demorado, as flores sorridentes, a visita rápida e o contato de quem passou mas não se foi, daquela pessoa que normalmente esqueceria mas que esse ano lembrou. Sem contar aqueles vindos de quem nos conhece, que sabe exatamente do que gostamos, o enfeite, o ‘cheirinho’, a ‘comidinha’.

À medida que o tempo acontece, meus questionamentos aumentam e minha lista de presentes se modifica. Deve ser a idade.

Enquanto isso, abaixo, um dos presentes que venho recebendo há anos - sempre no meu aniversário - quando chego a um lugar que considero também outro presente.

Um amigo me enviou...

                                                             Esta foto linda! Thanks, dear!

Os Dois Minutos

Alguém lembra daqueles dois minutos que fizeram diferença? Aqueles que mudaram as horas seguintes, os dias, os anos, uma vida? Ou talvez duas?

Alguém recorda das palavras ditas, do dia chuvoso, molhado, da expectativa, da ansiedade, da alegria? Ou talvez se evoque a maturidade, o foco, a praticidade, ‘harmonizados’ à impulsividade, à inconstância, à completa irresponsabilidade, tão responsável?

Eu lembro...

Num mundo de dias mais curtos, de multiplicidades, habilidades, de impermanências; de olhares perdidos, de pouca ou nenhuma gentileza, de palavras demais, de barulho de sobra, de pressa... Ainda há tempo para os dois minutos.

Porém, a condição para eles é simplesmente a honestidade de sentimentos. Não adianta querer ‘enrolar’, utilizar jogos de palavras, querer ser o que não se é, mentir. Ser puro não é ser bobo. Esta vida será sempre curta - não conseguiremos ler todos os livros, estar com todos aqueles que amamos no mesmo lugar e no mesmo momento, nem fazer tudo que temos vontade.

Por essa razão, muitos ‘vivas’ aos dois minutos! E, algo importante... Registre-os, anote-os em algum lugar inusitado, para que no futuro, ao encontrá-los por acaso, você conclua o que concluí: nas intempéries do meu ‘tempo pessoal’, aqueles dois minutos foram determinantes para eu entender que minha vida tem valido à pena.

Dica de artigo sobre o Líder Y...

Pra quem gosta do assunto, há um excelente artigo de César Souza no website do CDL sobre essa nova geração. Texto enxuto, breve e simples, que faz refletir. Boa leitura!

Todo mundo sabe que tenho uma amiga que simplesmente...

A-DO-RA inverno, mas ela me contou (rsrsrs) que está até gostando do calorzinho...

Desculpem, mas este tenho que plagiar...

'Nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão.'

'Idades só há duas: ou se está vivo ou se está morto'.

'Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.'

'Não importa saber se a gente acredita em Deus: o importante é saber se Deus acredita na gente.'

'A vida é breve e o amor mais breve ainda.'

Sem Sentidos.

O vento bateu em mim. Rápido, gelado. Veio acompanhado de um perfume. Lembrei da minha vó. Sabe aquele ‘cheirinho’ de vó? Esse mesmo. Aquele misto de talco, de creme para a pele? Mas o fascinante é que ele veio acompanhado de abraço, de calor, de aconchego, de toque, texturas, cores. E junto vem a imagem, cenas, ‘flashes’, sorrisos, gestos, lugares, olhares.

O curioso é dizerem que o olfato é considerado o mais antigo dos sentidos - não sei se é verdade; mas recordo daqueles filmes antigos, de homens primitivos nas cavernas, literalmente ‘cheirando’ o lugar. O cheiro nos transporta no espaço e no tempo, e, é tão automático, que por frações de segundo, nos encontramos ao lado de alguém, naquele lugar, naquele momento. Evidente, associado com outros sentidos, que foram marcantes à ocasião e que podem (e provavelmente irão) eternizar aquela hora.

Agora a voz... Um dia alguém me disse que ela é uma das primeiras coisas que esquecemos quando alguém morre. Ela está ‘lá dentro’, mas ecoa. Talvez nem seja a voz em si, talvez seja o dizer o nome, a forma de dizer o ‘alô’, o responder. E, mesmo que se grave, ela se perde, pois a reprodução do som não é a voz de alguém. Quando ouço minha voz não parece eu. Parece outra pessoa. Pois é, é a mesma coisa. Contudo, uma música me faz viajar no tempo, me conduz, bem como o canto de um pássaro, que me coloca no início de uma manhã, antes dos primeiros raios de sol, num daqueles instantes inesquecíveis da vida.

O tato também é complicado; é instantâneo. Acho que tem prazo de validade de segundos, não é ‘ armazenável’, a menos que se repita por uma vida, como o sopro do vento. É impossível ‘guardar’o gosto de um beijo, manter o toque das mãos entrelaçadas, o calor de um abraço. Sentir tudo isso, preservar num cofre e jogar a chave num lugar desconhecido e não sabido, é impraticável.

Por que? Porque simplesmente percebemos com o corpo e sentimos com o coração - esse ‘alguém’ que nos prega peças, envia mensagens truncadas para o cérebro e nos faz sentir frio no estômago, tremer ou suar nas mãos, que nos faz rir quando não é engraçado e chorar quando não queremos. Ele dói, fica ‘apertado’, bate descontrolado, parece doido.

Ele, associado aos olhos, ouvidos, nariz, à pele e à boca, nos faz sentir nosso corpo. Ele, associado ao nosso interior, nos faz sentir almas.

Aliás...

Pode parecer bobagem, mas hoje me senti um computador. Se clica duas vezes, demora ainda mais para responder ou 'tranca'. Arquivos temporários deixam a máquina lenta. Anti-vírus tem que estar sempre atualizado. De vez em quando se precisa de revisão e emite mensagens de erro. Pouca memória e pouca velocidade quando se necessita o contrário. Updating constante.

Um amigo me disse...

... uma vez que era atrapalhado em relação a horários, agendas, compromissos. Na época que ele me disse isso pensei que ele 'estivesse me contando'. Não estava.

'Isto é amor?' - 'Não, isto é liberdade.'

Citações de 'Effi Briest' , produção alemã de 2009. Pra quem gosta de filmes de época.

Uma amiga me enviou...


'Não é dor. É rir com seu amigo no momento que você não deveria...'

'É o suor na palma de suas mãos querendo conhecer alguém que você vê e o frio no seu estômago quando esse alguém vê você. É ser tocado por mãos que não são as suas...'

Citações do filme 'The Good Life', de 2007, traduzido aqui como 'O Boa Vida', dirigido por Stephen Berra. No mínimo suscita questionamento. Alguns o consideram polêmico. De qualquer modo, a meu ver, há boas passagens.

Não deu tempo