Um amigo foi pra Israel e nos levou na mala...



Matizes de pessoas coloridas

24 Horas

Trabalho, casa, filho, roupas para passar, e-mails para responder, falar com amigas, cachorros, goteira em cima da cama, mensagens de texto, banco, mais e-mails, mais uma amiga, msn, yahoo, gmail, skype, telefone tocando. E ainda inventou de trocar todos os toques do telefone . Cada vez que tocava uma música ela não sabia se era pra atender, se era o despertador, se era um compromisso em 15 minutos, mensagem, voice mail ou ... Socorro! Quero descer...

Resolveu almoçar com calma. Encontrou uma amiga que contou uma história que ela conhecia - pois era parte da dela.

A amiga falou de resgate, de alguém se tornar melhor, recuperar a auto-estima. Falou que vivera coisas simples, que não queria mais o complicado, que já havia perdido as horas e havia se perdido. Perguntou-lhe se ela sabia o que era isso.

Olhou-a em silêncio. Sabia. Sabia também que o resgate não era unilateral, que a amiga também se tornara melhor, ‘reduzira’, adaptara seus horários, havia se tornado mais humana, havia se tornado ‘mulher’.

Saiu caminhando pela rua, pensando naquilo tudo.

Trabalhou, negociou preços, escreveu mais e-mails. Deletou palavras, parágrafos, enxugou. Mania de prolixidade. Pensou: ‘Melhor ser espontânea.’

Trabalhou de novo, foi ao super, voltou ao trabalho.

Recebeu a resposta do e-mail. Era tão mais fácil somente ser; sem jogos, meias palavras, metáforas, omissões, inverdades.

Retrocedeu no tempo. Recordou, reviveu, rememorou, sentiu falta.

Fechou as 24 horas exausta, mas livre.


Trecho do artigo 'Somente Talento não Basta'

'Para desenvolver seus talentos você deve praticar a C.H.A.M.A, conhecimento, habilidade , atitude , motivação e amor. Não basta apenas nascer com o talento ou descobrir que ele é importante para seu crescimento, temos que aplicá-lo nas tarefas diárias e por fim ter vontade de fazê-lo com motivação e muito amor, isto é, gostar do que se faz.' - Roberto Recinella

Assim, de repente.

Entrou no elevador e viu uma conhecida de outras épocas. Pensou: ‘Nossa, como ela está envelhecida...’ - (nessa faixa etária não se diz mais bonita, mas ‘bonitona’). Ela continuava bonitona, embora tivesse notado na ‘conhecida’, alguns... ...  ... ‘vincos’.

Incrível, mas no outro dia entrou no mesmo elevador e estava lá. Talvez fosse efeito daquela luz branca, mas percebeu no espelho os mesmos ‘vincos’ da ‘conhecida’. Não pode, eles não estavam ali ontem. Devem ter surgido na noite passada. Tem que ser isso, não tem outra explicação.

Pensou na vida atribulada, nos horários ‘frenéticos’(palavras de outra amiga), recordou da vez em que colocara dois relógios no pulso e não se dera conta; ela e aquela mania de ser pontual, politicamente correta, certinha. Como então reparar na passagem do tempo?

Os cabelos brancos insistiam em aparecer. Nem tentava mais arrancá-los. Se continuasse a fazer isso ficaria careca. E o que lhe passou pela cabeça quando concordou com o oftalmologista em colocar uma lente de contato para longe e outra para perto? Um dia, vendo uma foto, perguntou à amiga:

- Quem é essa senhora?

E a amiga:

- É tu...

Agora não conseguia nem ler direito, nem dirigir bem à noite. Gente, como estava ficando barbeira... Parece que os espelhos laterais tornavam tudo menor. Ao menos ouvia bem. Mas quando era para lembrar das palavras, era um desastre. Logo ela, tão ‘lida’, que sempre terminava TODOS os livros, por mais chatos que fossem, com um dicionário ao lado; agora esquecia das palavras mais simples.

Para complicar ainda mais, ouviu da amiga (possuidora de um vasto e sólido vocabulário) a frase:

- Tô ficando velha, não estou conseguindo acompanhar a tecnologia. – e pra completar – Pior que isso vem de repente.

Vem mesmo. Sem aviso prévio, telefonema, sinal. Vem com hábitos novos (?), ou talvez ela devesse chamá-los de manias?

Preocupou-se um pouco, não muito. Lembrou-se de um amigo que dissera que há um momento em que começamos a viver e a fazer a contagem como ‘anos de cachorro’.

Apesar de tudo, sentia-se satisfeita.‘Os anos de cachorro’ haviam lhe trazido prática à vida, ensinamentos, e a convicção de que tudo estava ocorrendo exatamente como devia ocorrer.











Dando prosseguimento à idéia anterior...

Alguém me ajude, por favor...

É só uma divagação, mas acho que tenho lido pouco ou tenho lido o material errado. Tenho escutado umas palavras que jamais escutara. São simples de entender, mas não sei de onde vieram. Será que são de alguma novela? Ou o tempo está passando tão rápido que não consigo nem 'seguir' a evolução lingüística?

Mais uma da minha amiga...

DU-VI-DO que alguém saiba onde a foto foi tirada (fora a autora da foto)

Parece mas não é... Aceito sugestões, rsrs.

'Brick Lane'

Pra quem gosta de filmes diferentes ( e mais antigos), ‘Brick Lane’ é uma produção inglesa e indiana, de três anos atrás, que retrata uma mulher vinda de Bangladesh e que se estabelece em Londres, nos anos 80. É um filme comovente, de alguém que vive um casamento arranjado e cuja vida sofre uma transformação. Mais detalhes, é só assitir...

"You'll live life even more beautifully than when you entered it..."

Citação em um filme lançado há dois anos atrás, mas que muitos ainda não assistiram.  'The Reader' ('O Leitor'), com Kate Winslet & Ralph Fiennes é tocante, tem uma fotografia linda, uma trilha sonora emocionante, citações literárias que causam curiosidade e uma história que faz refletir. Desvela, revela. É um filme para ser assististido e degustado, várias vezes.

Uma amiga me postou (ou tentou postar)

Tenho amigas ótimas... Até aí tudo bem. Qual mulher não as tem?

Tenho velhas e novas amigas. Loiras, morenas, ruivas, crespas, de cabelos pintados, grisalhas, de óculos. Bonitas, cheirosas, inteligentes, cultas, gastadoras, econômicas, falantes ou silenciosas, que ligam de manhã cedo, mandam mensagens de texto, que caminhamos juntas, que bebem vinho ou não bebem, que moram longe ou perto.

Todas dirigem (seus carros e suas vidas).

Há aquelas com quem falo quase que diariamente, aquelas com quem pouco falo, aquelas que encontro uma vez por ano, aquelas que enviam e-mails. Há aquelas próximas que já esqueceram meu aniversário e cujo aniversário também esqueci. Há as que gostam de presentear, as que ‘racham’ a conta, as que vêm jantar e cozinham. Há as amigas ‘fashionable’, as esotéricas (na nossa idade, quem nunca foi?), as de ‘tecnologia de ponta’ e as que só sabem ler e-mails. Há as que checam meu blog toda semana, as que enviam fotos, que contam o que estão lendo, e aquelas que nunca o abriram (não é cobrança... rs – talvez por saberem muito de mim).

Meu texto hoje, como os demais, veio de um ‘de repente’, de um comentário que uma delas não conseguiu postar e pediu para eu fazê-lo.

Lembrei de todas, sem exceção. Lembrei que na próxima semana se celebra o dia do amigo (ainda se celebra??? sempre fui desconfiada com essas datas). Todas, indiscutivelmente, têm me ‘seguido’ por anos e têm ouvido as minhas histórias, incansavelmente, sem reclamação. Há aquelas que ‘entraram em frias comigo’ e com quem ‘entrei em frias’.

Porém, o que determina e fortalece a amizade a meu ver, é a semelhança de experiências. Talvez a cronologia também auxilie por termos empreendido, na mesma época, as mesmas práticas. Contudo, isso não é um indicador preciso. O fator decisivo é o real ‘entender’ do outro, é poder dizer, com todas as letras, ‘eu compreendo exatamente o que estás dizendo, porque também vivi isso’. Seja o ‘isso’ bom ou ruim, seja o criar um filho, a separação, o ‘caso’ com alguém, a grana curta, a troca de emprego, a primeira viagem ao exterior, um imenso amor, a decepção, a mudança de casa, o prazer, a perda, os diferentes lutos da vida, a morte.

Só a amigas se aplica isso. Sem julgamentos, críticas, inveja, comparações. Pelo contrário. Elas desejam sucesso umas às outras, saúde, amores, paciência. Ligam ‘só para saber’ se estamos bem. Sabem se estamos ou não, e nos respeitam, sempre. São gratas por escutarmos a elas e lhes somos gratas por nos ouvir.

Amigas são diferentes. Seria impossível colocá-las no mesmo lugar, no mesmo momento. Elas são um pouco de nós e nós delas, em momentos e lugares diversos.

Para concluir, abaixo, o que uma delas me pediu para postar, com a foto de outra, para colorir o fim-de-semana cinzento, frio, ‘molhado’ (minhas amigas sabem que adoro).


Sobre saudade – é saudar o outro dentro de si.

Sobre Paris, ela cita Mário Quintana: ‘Dizem que as oportunidades são iguais para todos. Eu sempre quis conhecer Paris e tem gente que nasceu lá....’

Uma amiga me enviou uma sugestão de leitura

'Anti-Câncer', de David Serva-Schreiber (Ed. Fontanar - 270 p.) relata a luta de um médico psiquiatra e pesquisador da área da Neurociência que reinventou uma nova maneira de viver, após saber que possuía apenas alguns meses de vida. Isso foi há 15 anos atrás...

Alguns trechos:

“Adiando sempre para o dia seguinte a busca do essencial, corremos o risco de deixar a vida escoar entre nossos dedos, sem jamais tê-la de fato, saboreada.”

“ Todos nós temos necessidade de nos sentir úteis aos outros. É um alimento indispensável à alma, cuja falta faz nascer uma dor que será ainda mais dilaceradamente se a morte estiver se aproximando.Grande parte do que chamamos medo da morte vem do medo de que nossa vida não tenha tido sentido, de que tenhamos vivido em vão, que nossa existência não tenha feito diferença pra nada nem ninguém.”

"...no limiar da morte , ainda é possível salvar a própria vida.....”


Boa leitura...

É aqui, mas parece lá...

É lá, mas parece aqui...

Mais uma da minha amiga

Dia frio.

Leu a notícia na Internet. Um dos mais frios do ano naquele local.

Estivera lá uma vez. Só uma, somente por dois dias, há meses atrás. A viagem fora longa, em um daqueles dias em que ocorrem todas as estações do ano.

De manhã, quando saíram, o sol estava escondido por detrás das nuvens. Escondido assim como aquele passeio maluco, no meio da semana, com a agenda lotada.

Após alguns quilômetros chovia, assim como choviam novidades, o que nunca fora dito antes. Souberam de coisas que não sabiam nem de si próprios. Tentaram encontrar respostas no silêncio, na paisagem que ela agora nem percebia -  tão embevecida que estava por estar assim, somente, tão perto dele.

À medida que seguiam o caminho, entre a chuva que caía e o sol que brilhava por entre o pasto alto, já notavam a proximidade nos olhares, no toque, na carícia no joelho. Perdidos estavam apenas na estrada, quando pararam para comparar seus GPSs (que nem bem sabiam como funcionava). Deram risada; o momento era para se encontrar, não se perder.

Chegaram. O dia lá estava úmido, nublado. Aquele era o destino deles? Parecia que sim.

Descarregaram as malas. Ele ainda precisava trabalhar. Afinal, aquele era o motivo da viagem.

Ela ia deitar, descansar, ler, sair a pé depois, conhecer a cidade.

Deu-lhe uma carona. Ele não queria que ela se molhasse.

Assim foi.

Já estivera lá outras vezes, em pensamentos. Agora novamente retornara, com as vozes no rádio, a notícia na TV, no jornal. Não queria estar lá. Mas estava.

Verão hoje lá, meio da tarde

Inverno ontem aqui, fim de tarde

'Como estar em Paris'

Tenho um amigo que adora viajar. E adora viajar pra Europa. E adora viajar pra Paris.

Um dia ele me disse que quando ele chega lá, ele não quer dormir porque não quer que o tempo passe.

Lembrei dos momentos em que também não tive vontade de dormir para que não passassem. Entendi perfeitamente a que ele se referia; o tempo some, tentamos perpetuá-lo, prolongá-lo, e não há como. E quanto mais resistimos, mais depressa as horas se vão.

É como estar em Paris.

Recordei  lugares, pessoas,  impressões, cores, a música, o silêncio...
Paris pode ser aqui então, porém, sem o título de ‘cidade das luzes’. Um momento singular, num local simples, sem torre, rio, baguete, perfume, franceses reivindicando nas ruas o tempo todo, cafés nas calçadas.

Paris pode ser a estrada com campos, borboletas amarelas voando aos pares. Pode ser a chegada, a companhia, o diálogo, o ensinamento. Pode ser o banho quente, a voz ao telefone, a risada. Paris é o abraço demorado, o beijo molhado ou estalado, a cumplicidade, o cheiro.

Paris pode ser qualquer país, temperatura, vegetação, língua. É a companhia de alguém ou consigo mesmo.

Eu posso ser Paris para alguém e alguém pode ser Paris para mim.

Hmmm. Vontade de viajar...





Fotos liiiindas de uma amiga

Que fazem lembrar versos de Pessoa (Alberto Caeiro)

' É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol,
 Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
 E corre um silêncio pela erva fora'.




'O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Tão bonita e havia se perdido... Não podia faltar

'Mal di pietri' - Milena Agus

Uma amiga está lendo este livro e está adorando. A história se passa na Sardenha, é um romance.

Ainda sem edição no Brasil. Por enquanto edições somente na Argentina, França, Alemanha, Itália, Espanha e Israel.

"A casa cor-de-rosa"

Pouco vou ao cinema. Praticamente nunca. Não por não gostar de filmes, mas por ‘ir ao cinema’. Adoro filmes! Mas gosto de assisti-los em casa, enrolada no cobertor, vestindo aquela ‘roupa de ficar em casa’, com direito a incursões à cozinha, ao banheiro, ao telefone.

Portanto, não sou a pessoa adequada para indicar lançamentos de filmes. Muitas vezes vejo-os na TV, anos depois de serem lançados, pois vários deles não são lançados nem em DVD (dependendo da classificação comercializável ou não).

Há dois anos atrás uma amiga me indicou um filme que na época não chegara aqui. Como procurei e não encontrei, esqueci. Assisti recentemente ‘ A Vida Secreta das Abelhas’, com Dakota Fanning, Queen Latifah e outras. É um filme feminino, simples. E, uma das passagens que me tocou, foi algo como, ‘Gosto de azul e minha irmã gosta de rosa-choque. Não gosto de rosa-choque, mas a casa foi pintada dessa cor. Isso iria fazê-la feliz’.

Há uma época em que se gosta de azul e não se abre mão. Gosta-se de rosa e não se abre mão. Pouco é motivo pra tudo. Bom senso é bom, por isso que é bom; mas há um momento na vida que o fato do ‘outro’ gostar de algo, se sobrepõe ao ‘meu’ gostar. Isso não denota fraqueza de caráter, resignação, traumas, blablabla. É algo interno. Eu gosto do outro. Ponto. Aceito-o como ele é, e não me importo se ele tem beleza diferente ou não tem, se escreve errado, não é ‘fashionable’, não fala outra língua, gosta de música que eu não compraria. E aí? Também não sou miss, também escrevo errado, não sou moderna, não falo vários idiomas e escuto música que várias pessoas não apreciam.

Pieguice? Não. O ‘importante’ se transforma. Muda de nome, endereço e passa somente a não ‘importar’ mais. Não é mais problema pintar a casa da cor que a irmã quer, ou silenciar quando se quer falar, ou a opinião se destacar às demais. Isso perde o sentido, esvazia.

A ‘essência’ permanece, não perdi o gosto pelo azul. Apenas aceitei que a casa pode ser cor-de-rosa, bem como outras situações que insistimos em colorir com cores diferentes, ou simplesmente não colorir.

Não deu tempo