Mais uma da minha amiga

Dia frio.

Leu a notícia na Internet. Um dos mais frios do ano naquele local.

Estivera lá uma vez. Só uma, somente por dois dias, há meses atrás. A viagem fora longa, em um daqueles dias em que ocorrem todas as estações do ano.

De manhã, quando saíram, o sol estava escondido por detrás das nuvens. Escondido assim como aquele passeio maluco, no meio da semana, com a agenda lotada.

Após alguns quilômetros chovia, assim como choviam novidades, o que nunca fora dito antes. Souberam de coisas que não sabiam nem de si próprios. Tentaram encontrar respostas no silêncio, na paisagem que ela agora nem percebia -  tão embevecida que estava por estar assim, somente, tão perto dele.

À medida que seguiam o caminho, entre a chuva que caía e o sol que brilhava por entre o pasto alto, já notavam a proximidade nos olhares, no toque, na carícia no joelho. Perdidos estavam apenas na estrada, quando pararam para comparar seus GPSs (que nem bem sabiam como funcionava). Deram risada; o momento era para se encontrar, não se perder.

Chegaram. O dia lá estava úmido, nublado. Aquele era o destino deles? Parecia que sim.

Descarregaram as malas. Ele ainda precisava trabalhar. Afinal, aquele era o motivo da viagem.

Ela ia deitar, descansar, ler, sair a pé depois, conhecer a cidade.

Deu-lhe uma carona. Ele não queria que ela se molhasse.

Assim foi.

Já estivera lá outras vezes, em pensamentos. Agora novamente retornara, com as vozes no rádio, a notícia na TV, no jornal. Não queria estar lá. Mas estava.

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