Trabalho, casa, filho, roupas para passar, e-mails para responder, falar com amigas, cachorros, goteira em cima da cama, mensagens de texto, banco, mais e-mails, mais uma amiga, msn, yahoo, gmail, skype, telefone tocando. E ainda inventou de trocar todos os toques do telefone . Cada vez que tocava uma música ela não sabia se era pra atender, se era o despertador, se era um compromisso em 15 minutos, mensagem, voice mail ou ... Socorro! Quero descer...
Resolveu almoçar com calma. Encontrou uma amiga que contou uma história que ela conhecia - pois era parte da dela.
A amiga falou de resgate, de alguém se tornar melhor, recuperar a auto-estima. Falou que vivera coisas simples, que não queria mais o complicado, que já havia perdido as horas e havia se perdido. Perguntou-lhe se ela sabia o que era isso.
Olhou-a em silêncio. Sabia. Sabia também que o resgate não era unilateral, que a amiga também se tornara melhor, ‘reduzira’, adaptara seus horários, havia se tornado mais humana, havia se tornado ‘mulher’.
Saiu caminhando pela rua, pensando naquilo tudo.
Trabalhou, negociou preços, escreveu mais e-mails. Deletou palavras, parágrafos, enxugou. Mania de prolixidade. Pensou: ‘Melhor ser espontânea.’
Trabalhou de novo, foi ao super, voltou ao trabalho.
Recebeu a resposta do e-mail. Era tão mais fácil somente ser; sem jogos, meias palavras, metáforas, omissões, inverdades.
Retrocedeu no tempo. Recordou, reviveu, rememorou, sentiu falta.
Fechou as 24 horas exausta, mas livre.
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