O Espaguete do Tempo



Quanto tempo se leva para se conhecer alguém? Uma semana, um mês, uma vida? Será que é possível não se conhecer? É... Sabe aquela frase: ‘Fomos casados há... anos e não sabia com quem estava casado.’ - ?

E assim ocorre com colegas de trabalho, clientes, familiares, vizinhos, amigos (?),  e por aí vai. De repente somos surpreendidos por uma palavra ou gesto completamente inadequados, inesperados, ou o famoso ‘perdeu a oportunidade de ficar quieto’. Depois disso o estrago está feito; quebrou a confiança, quebrou  a mágica, quebrou. Alguém me disse que é adepto do mostrar-se desde o início, mas mostrar-se mesmo... Será? Pra mim, ‘vira ou mexe’ o dia fatídico irá chegar de qualquer modo. A irritação, o tom da voz, o olhar, seja o que for. Pra que adiantar algo que já tem data pra chegar mesmo? Não adianta, há dias e dias. E todos nós os temos.

Porém, o grande lance de tudo é conhecer alguém pelo lado bom depois de alguns ou muitos anos. É simplesmente maravilhoso poder rir com alguém que nunca fez graça, receber como presente aquilo que se está precisando e não se tem tempo nem se sabe onde comprar, e que nem custa tanto assim. Pra mim, como virginiana metódica e prática, lembrar que alguém precisa de um ralo de pia com tela de metal é mais representativo que mandar por email um link do YouTube com uma ópera. Mas isso sou eu. Deve haver gente pensando, mulher maluca...

Bem, de qualquer forma o que serviu de pauta pare eu escrever hoje foi um comentário que ouvi esta manhã e que me rendeu boas gargalhadas.

Depois de décadas de desencontros, conheci a ‘veia engraçada’ da minha mãe. Nunca havia pensado que ela pudesse me fazer rir, risada grande, ‘de galpão’. E até acho que essa nem foi sua intenção. Porém, ela foi tão assertiva e natural em sua colocação, que por segundos me dei conta que eu não a conhecia. Ela me contava, feliz da vida, que começara sua aula de hidroginástica, que teme a água, que há outras ‘senhorinhas’ com ela, e que se divertem, riem e brincam. Perguntei-lhe se ela conhecia essas ‘senhorinhas’ a que ela me responde: ‘Marília, velho é como criança. Todo mundo se conhece, puxa conversa. Assim como as crianças conversam e perguntam por seus brinquedos, comparam seus play stations, suas figurinhas, velhos comparam suas dores, falam de suas doenças e coisas que uns conseguem fazer e outros não.’

Imaginei minha mãe na piscina brincando, pulando, segurando-se ao ‘espaguete’. E na verdade me dou conta que não ri porque ela foi engraçada. Ri simplesmente porque fiquei feliz. Por ela neste momento simplesmente se permitir, permitindo a mim que conhecesse essa faceta incógnita dela. O tempo que se levou para isso? Muito. Ainda bem que tivemos oportunidade  para isso. :) 

Google

Caloooooor!!!!!!!!!! :(

Não deu tempo