'A figurinha que faltava'


Naquela época se colecionava coisas simples: bolitas, selos, chaveiros, figurinhas. Era uma festa poder trocar o que se tinha ‘duplo’; juntar as moedinhas para comprar os pacotinhos de papel, rasgar a ponta, encontrar as ‘mais difíceis’ e empilhar as ‘mais fáceis’. Havia figurinhas de papel e até de metal, adesivas.

Fazendo uma analogia conosco, nossa trajetória se assemelha a um álbum. Na realidade, a vários deles.

Eles têm sempre começo, meio e fim. Há páginas quase incompletas, há outras coloridas, repletas. Há figurinhas que se comprou, outras que se ganhou, se trocou, se perdeu. Há as raras, que quase ninguém tinha, e que nem sabemos como, conseguimos. Há aquelas que obtivemos por sorte, outras que se barganhou, outras que custaram caro, que foram trocadas por várias.

E quando a edição acabou, o campeonato passou, a Copa do Mundo se foi e falta uma, só uma? Sensação de metade, de parte, de peça solta.

Um dia mudam-se os tópicos, o foco, se editam novos álbuns (nem cogito os virtuais). E, quando nem lembramos e nem esperamos mais, a ‘figurinha que faltava’ chega às nossas mãos; para concluir, completar, fechar.

Pode ser a viagem, a promoção, a separação. Pode ser o filho, a resposta que faltava, a cura, a descoberta, o curso, a mudança, a morte, o retorno à fé, a adaptação, um novo amor.

Pode ser qualquer coisa ou pode ser uma pessoa, que irá preencher o ‘espaço em branco’ e nos fazer dar início a outro álbum. Mais um.



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